quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Eu só quero escrever

Pronto. Tudo o que eu queria dizer hoje está no título. Eu me cansei desse negócio de métrica, de metalinguagem, de tentar fazer algo bonitinho. Na verdade, o que eu quero - e sempre quis mesmo, devo frisar - é escrever. O que me der na telha, o que eu acho interessante, e não o que os outros acham bonito. Quer escrever bonito? Então escreva você!

É claro que (e nesse ponto você estará certo) você pode me dizer que isso vai de encontro ao meu sonho de ser legal. Afinal, se eu almejo que as pessoas me achem cool eu devo no mínimo tentar agradá-las. Eu tento, mas quer saber? É demais para mim. Pessoas são difíceis demais de se agradar. Eu então, que até que se prove o contrário também sou uma pessoa, sou praticamente impossível. Sou a "excelência em exigência". E é justamente por me tomar como exemplo que eu desisti de fazer textinhos garbosos e pomposos. Quero mesmo é reclamar, falar mal, fazer piada, e que se dane quem acha que eu deveria "pensar melhor antes de colocar no papel". Quem pensa demais demora 40 anos para descobrir que casou com a pessoa errada e que só seria feliz se tivesse fugido no altar com o namoradinho da adolescência.

Se eu sou uma boa escritora e se tem gente que gosta, não sei, não me importa. Na verdade, escrever para mim é terapia. Me estresso, extravaso tudo no papel; explodo de felicidade, então o caderninho vai ser o primeiro a comemorar comigo. Simples, não? O mesmo processo da criança que ganha um diário e nele conta todas as suas aventuras. "Querido diário, hoje caí da bicicleta e a mamãe falou que eu não preciso ir pra escola. Oba!". É essa a emoção que eu sinto quando escrevo. Pouco ligo se eu não concordar o verbo com o sujeito. Pode ser que o sujeito seja tão mal-encarado que o verbo fique com medo e vá embora, hahaha.

Alguém poderia me perguntar: de onde saiu tamanha revolta? Pois é, não sei. Talvez seja reflexo da crise de 29 que se aproxima. Talvez seja apenas cansaço, mesmo. Tem horas em que a gente cansa. Muito provavelmente, daqui a algum tempo, eu vou ler novamente esse texto e achá-lo ridículo. Mas o que importa é que, por hora, ele cumpriu seu propósito. E agora, se me dão licença, eu vou é escrever, que é o melhor que posso fazer. Ou não!