segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O tal do "quase"

Todo mundo tem ou conhece alguma história de alguém que "bateu na trave". É o quase, esse adverbiozinho sem vergonha que vez por outra dá as caras por aí. O quase é um estraga prazeres, vamos combinar. Você já ouviu falar do Mirolad Cavic? Provavelmente não, aposto. Mas tenho certeza que o Michael Phelps você conhece. Figurinha fácil, esse menino-peixe. Pois o sérvio Cavic foi o cara que quase estragou a festa dos oito ouros do Phelps em Pequim. Faltou um centésimo de segundo, ou uma batida de mão, para que o sérvio ganhasse o ouro nos 200 borboleta. Esse quase, com certeza, ficará marcado para sempre na vida do Cavic.

Um centésimo, uma curva, uma polegada. Pequenas coisas que passariam despercebidas para qualquer um, menos para aqueles que amargaram o quase em suas vidas. Veja o Felipe Massa, por exemplo: num momento, campeão; uma curva depois, vice: e lá está o quase fazendo a sua festa. E a Marta Rocha? Deixou de ser Miss Universo por causa de uma polegada a mais lá na, bem, você sabe onde. Muitas vezes, quem ficou "no quase" é mais conhecido do que o vencedor. Você saberia me dizer quem ganhou da Marta Rocha no concurso de miss Universo? Ou se lembra, sem recorrer à wikipédia, do nome da música que venceu "Pra não dizer que não falei das flores", do Vandré, no festival internacional da canção de 1968?

O poeta já disse que "o quase é uma flor que nasceu em vão". Faz sentido. De que adianta você jogar na loteria e perder por um número? Perder o ônibus porque chegou 1 minuto atrasado no ponto? Não conseguir uma vaga de emprego porque você “quase tem o perfil de que precisamos, mas falta um pouquinho mais”? Deve doer, não? Pior: imagine que você é um candidato político e sua vitória é barbada. Então você nem se preocupa: quase não faz campanha e subestima seu adversário, entrando no clima “já ganhou”. Olha o que esse quase lhe custará: o outro candidato, nem tão barbada assim, faz uma campanha “porrada” e te ganha por uma boa margem. Tchau, tchau, vitória! Coisas assim acontecem, você me entende, não é?

Mas é claro, há quases que vem para o bem. Como os casos de pessoas que deveriam estar em voos que caíram e perderam a viagem por questão de minutos, o que lhes salvou a vida; ou quando você decide mudar sua rota costumeira e acaba se livrando de um assalto. Esses “quases” até que são uma mão na roda. E veja só, até a escritora aqui já foi beneficiada: não fosse minha mãe ter conhecido meu pai, semanas antes de se casar com outro, eu não estaria aqui para contar essa história. Esse sim, foi um bom quase! Ou será que foi quase bom?

10 comentários:

Anônimo disse...

Alessandra, quando falei pela primeira vez com você, foi um QUASE. Não fui com a sua cara e, se dependesse só daquele encontro, eu poderia te odiar. Só que nós conversamos mesmo e o "quase" foi dispensado. Hoje temos essa amizade construtiva e que só faz crescer. E eu quase que não comento aqui, porque tinha esquecido o endereço do seu blog, rsrsrs... Mas toh aki! E não pare de escrever, heim...

Grande beijo!

la fille au verre d´eau disse...

um bom quase ou quase bom
hahah
adorei
vc quase não é gente! rs

Lâmina da Lingua disse...

gente do céu... isso me faz "quase" parar de postar no meu blog...

texto pra lá de bom...

vc deve escrever com mais frequencia aqui...

bjs...

Paixão, M. disse...

ma-ra-vi-lho-soooo! ainda bem que você existe! ou deveria dizer, depois desse texto fantástico, que você não existe? tá, daqui pra frente digo que você quase existe!

E nós, que QUASE pegamos o ônibus pra Guarapari?

E quase não choramos vendo Marley e Eu, kkkkkkkkkkkkk

que VEXAME!

beijo, Lelê

Marcelo Grillo disse...

kkk... qd te vi pela primeira vez, tb te achei meio metida... quase não gostei de vc... mas foi só quase... quero esse texto pra Cachoeiro Cult (uma indicação de Milena, que quase não é sua puxa-saco!)... bj

Fernanda Fassarella disse...

Quase não li esse texto na Revista! Ainda bem que eu vi e pude vir até aqui pra te dizer que eu adorei!

Beijo

Allan disse...

Eu quase não cliquei no seu link em outro blog. Às vezes é muito bom quando o quase não se realiza...

Allan disse...

by the way, quase me esqueci de dizer que irei linkar seu blog lá no meu canto. Se tiver problema, basta me avisar, ok?

Daniel. disse...

não sei, eu quase não te conheço, mas c for legal..podemos ver de colé

Laila Braga disse...

Gostei daqui =]