segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Crise de 29, prólogo

Não, esse não é um texto sobre história, nem sobre política. Do famoso "boom" da bolsa de Nova York só peguei o título emprestado. Estou pensando, mesmo, é na minha crise de 29. Vinte e nove anos de idade. Ainda está relativamente longe, faltam seis meses, mas eu já ando estressada desde já.

O meu problema, eu imagino, está no número nove. Não entendo desses modismos de cabala, astrologia e besteiras afins, mas se acreditasse nisso muito provavelmente o nove na minha vida seria alguma coisa muito ruim ou muito louca. Aos nove anos de idade, eu surtava antes das competições de natação. Só "pegava no tranco" depois de uns bons berrros do treinador. Aos dezenove, precisei de terapia para me convencer de que não morreria quando completasse vinte anos (é, eu passei por um período paranóico nessa minha vida severina. Vai dizer que você nunca foi assim?). Agora, a alguns meses de completar vinte e nove, essas loucuras retornam à minha mente. Começou a pesar o fato de que em um ano e meio deixarei a casa dos 20. Estou perto de me tornar uma mulher de Balzac! Hoje, também, eu olho para trás e tento recapitular o que já fiz de bom. O que eu deixaria de legado se fosse banida da Terra hoje, vinte e oito anos depois de chegar aqui? Se me perguntassem isso, precisaria de um tempo para responder.
Uma vez, há alguns anos, coloquei no papel as coisas que queria fazer a curto prazo. Me formar na faculdade e de preferência, deixar a pós no gatilho; arrumar um emprego novo e um salário decente; praticar um novo esporte; fazer uma viagem ao exterior; tirar a carteira de motorista; aprender a tocar um outro instrumento musical. Passados três anos, até que eu consegui bastante coisa: A faculdade, eu terminei; a pós vai ficar pra mais tarde. O emprego é novo; o salário... bom, esse vai melhorando aos poucos. Além da natação, agora eu também pratico judô e recentemente, Jiu-jitsu. As aulas de baixo acústico já estão encaminhadas, e ainda tenho pouco mais de um ano para correr atrás da carteira de motorista. A viagem ao exterior, a curto prazo, vai ficar difícil. Mas ainda está nos planos.

Uns dias atrás eu fui ao médico e ouvi dele um termo engraçado: estou na fase da "adultescência". Segundo ele, até completarmos 28 anos, ainda não somos adultos "de fato", embora já o sejamos "de direito". Esse é o tal período de formação em que corpo e mente deixam de agir como adolescente e passam realmente a ser a parcela séria da sociedade. Não sei se serviu para me animar ou para me derrubar. Espera aí, quer dizer que só agora eu sou adulta? Fui enganada! Vou ter de começar tudo de novo!

Mas então, o 29 está chegando e eu me preocupo com as coisas surreais que podem acontecer, dado o meu grau de esquisitices. Eu sei que já deveria ter desencanado. Todos falam que a idade é só mais um número em nossas vidas. Pode até ser. O fato é que já estou com "caraminholas na cabeça", como diria minha avó. Nem sei porque resolvi falar disso. Acho que só precisava mesmo compartilhar com você, leitor (você ainda está aí? depois desse tempo todo...), mais uma das minhas esquizofrenias. Eu disse esquizofrenia? Hum, isso me deu uma idéia... mas é melhor deixá-la para o epílogo!

7 comentários:

Paixão, M. disse...

Aleluia!
Bendita crise dos 29, que trouxe você de volta, rs...

Minha cara, a idade é inevitável. O que menos me preocupa é a combinação de números, mas a conseqüencia deles. Um leve pezinho de galinha (charmoso por enquanto, só quando sorrio), e as linhas que me fazem pensar em parar de sorrir pra sempre, pra prevenir estragos futuros, hahahahahah... claro que isso é brincadeira.

Bom, na verdade o que me preocupa muito mais que essas atribulações físicas é exatamente o que disse: os feitos. O que fiz até aqui? Ih, e ainda tem muita coisa...

Mas de vez enquando o que me pego pensando é: "Ô, papai, não me deixa morrer de repente e deixar esse quarto a bagunça que está..."

Então, minha meta é organizá-lo até meus noventa. Pro bem geral.

beijos!

Lâmina da Lingua disse...

oi...
eu leitor ainda estou aqui...rs ( e feliz por vc está de volta!...)

e eu pensava que as pessoas se preocupavam com os 33 anos... o que teu medico disse é bem interessante, porem havia ouvido o mesmo em relação a terceira idade(!?). Chego a conclusão que vivemos numa gangorra: ora "estáveis", ora "instáveis"... isso não dá conforto a ninguém...

mas independente disso acho que as pequenas vitorias/realizações são as que no final das contas é que vale a pena.... e vc as têm realizado bem até agora... Mas se independente de qual "crise" que se vive, o importante é lembrar que uma crise é passageira e quando não maximizamos os nossos problemas além do devido, passamos por elas geralmente melhor do que quando entramos...

bjs...

p.s1: acho que só os xiitas para acharem que o Indiana não ficou bom... e infelizmente a contagem regressiva para HP6 ficou mais longa...
p.s2: e respondendo a tua implicita pergunta: o que vc deixaria como legado na Terra se fosse banida hj? Acredito que seria teus sentimentos quem possuem capacidade de influenciar as pessoas ao sei redor positivamente (ou não,rs)... acredito que isso é importante...
p.s3: quanto ao Hulk, tem uma resenha lá no meu blog...

the drama queen disse...

ah eu já tinha lido sim..eu entrei na crise dos 20 já...é como a Milena disse. o QUE foi feito até agora, isso é o que mais me preocupa...mas eu gostei desse =)
rs

Fernanda Fassarella disse...

gostei disso!

=D

suas palavras e idéias são muito claras e gostosas de ler. adorei o texto!
beijos

Renata Mofatti disse...

"Perdi 20 em 29 amizades, por conta de uma pedra em minhas mãos, me embriaguei morrendo 29 neves..." Já cantava Legião!!! Não contou história, falou de sua história (que é bem mais interessante). Parabéns!

Marcelo Grillo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marcelo Grillo disse...

Calma, logo você entra na casa dos trinta e estará zerada de novo... rsrsrs. Não se preocupe, que a idade não faz diferença nenhuma. Pelo menos, para nós mesmos...